Análise da American Association of Individual Investors resume a recente movimentação do mercado de bonds.
Nas últimas semanas, o mercado de bonds norte-americano tem ganhado as manchetes — e com razão. O movimento mais recente nos títulos do Tesouro de 30 anos chamou atenção: o rendimento saltou de 4,41% (em 4 de abril de 2025, a mínima do ano) para 5,08% na semana passada, alcançando os maiores níveis desde o outono de 2023. Para entender o que está por trás desses números e o que eles sinalizam para o investidor, recorremos à análise de Charles Rotblut, da American Association of Individual Investors (AAII), publicada recentemente no boletim da associação.
Um dos conceitos centrais que voltou ao radar do mercado é o "prêmio de prazo" — a compensação adicional que investidores exigem para manter seus recursos aplicados em títulos de prazo mais longo. Isso ocorre porque a inflação futura reduz o valor do dinheiro ao longo do tempo.
Durante o período de curva de juros invertida — em que os rendimentos dos títulos de curto prazo superam os dos de longo prazo —, esse prêmio de prazo praticamente desapareceu. No entanto, essa dinâmica começou a mudar. Com a alta das taxas na ponta longa da curva, o rendimento do Treasury de 30 anos voltou a superar o do Treasury Bill de 1 ano (4,14%), o que ocorreu no dia 27 de maio.
Segundo a análise da AAII, alguns fatores ajudam a explicar essa mudança de comportamento:
As taxas de breakeven analisadas por Rotblut são importantes justamente por se basearem em decisões reais de investimento — e não apenas em projeções teóricas de economistas. Elas refletem a inflação esperada para os próximos cinco e dez anos, fornecendo um termômetro prático das expectativas de mercado.
Outro aspecto abordado na análise da American Association of Individual Investors são os spreads de crédito, ou seja, a diferença de rendimento exigida pelos investidores para assumir o risco de crédito de emissores corporativos em relação aos títulos do Tesouro.
Desde que o ex-presidente Donald Trump propôs tarifas recíprocas, em fevereiro, os spreads vêm se alargando — um sinal de maior aversão ao risco. No entanto, como lembra Rotblut, o spread atual (188 pontos-base entre títulos Baa da Moody’s e o Treasury de 10 anos) ainda está dentro da média histórica. Ao longo das últimas décadas, não foi incomum que esse indicador superasse os 300 pontos-base sem que isso configurasse crise iminente.
Diante desses três indicadores — prêmio de prazo, expectativas de inflação e spreads de crédito — a conclusão da AAII é clara: o mercado de bonds está passando por um ajuste saudável diante de uma nova percepção de risco, e não dando um grito de alerta.
Para investidores e planejadores financeiros, isso reforça a importância de acompanhar atentamente os movimentos da curva de juros, a dinâmica da dívida pública americana e os sinais que vêm das mesas de negociação de títulos de renda fixa. Entender esse cenário é essencial para alocar capital com prudência e visão de longo prazo.
Disclaimer
Esta análise foi produzida originalmente por Charles Rotblut e publicada no site da American Association of Individual Investors (AAII). A Bankshop LLC não é autora do conteúdo e não se responsabiliza pelas opiniões, projeções ou informações expressas no artigo. Os créditos são inteiramente do analista e da fonte original. Você pode acessar a publicação completa diretamente no site da American Association of Individuals Investors, clicando aqui.
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